domingo, 6 de janeiro de 2008

Águas


we had joy we had fun we had
seasons in the sun

(Terry Jacks – Seasons in The Sun)

Quando somos pegos de surpresa, é que percebemos como podemos ser frágeis. E quando vemos com clareza, que as coisas acontecem em frações de segundos, e a alegria se transforma em saudade. Em uma saudade eterna, uma melancolia sólida, intrínseca ao ser humano.

O choro fica preso, e mesmo sem total conhecimento a maior vontade é de correr gritando como a vida pode ser injusta! Como um caminho em branco, prontinho para receber o engatinhar de um adulto pode se desfazer como tinta na água? Ah vida! Porque você faz isso com seus telespectadores?

Me lembrei hoje de como senti o coração doer ao receber a notícia de um amigo. E por isso sou solidária. Porque momentos iguais já passei, lagrimas distintas já chorei e cantei. Cantei para tentar esqueceu que vivemos, para ficar mais próxima de quem sinto falta. Cantei para dedicar a um amigo, a um amor, para dedicar a quem precisa de música.

Apaguem as velas, andaremos juntos e de mãos dadas até onde precisarem, e quando não precisarem mais continuaremos aqui! Com o mesmo sentimento do primeiro dia. E quando vocês forem para a cama a noite, pensem no retrato em cima da estante sorrindo. Imaginem gigantes campos de margaridas e tentem, assim, dormir.


- Por não saber o que falar resolvi escrever.

Carol Sá
06/01/07

6 comentários:

Tainã Alcântara disse...

todos passamos por coisas dificieis
e noticias desagradáveis!
mas tudo passa
e no final de todas as contas o resultado eh sempre positivo
o que fica são as coisas boas! de tudo
e eh assim, só por causa disso que conseguimos vicer nesse mundo louco de desilusões e perdas irreparáveis com a lembrança dos segundos de felicidade que tivemos

belo texto

Riccio disse...

"Apaguem as velas, andaremos juntos e de mãos dadas até onde precisarem, e quando não precisarem mais continuaremos aqui! Com o mesmo sentimento do primeiro dia. E quando vocês forem para a cama a noite, pensem no retrato em cima da estante sorrindo. Imaginem gigantes campos de margaridas e tentem, assim, dormir."

pô, as vezes eu tenho a impressão de que vc sabe totalmente como as vezes eu me sinto. E acho muito legal essa nossa empatia na escrita e na vida também, porque me faz pensar que encontrei uma pessoa amiga a quem realmente entendo e a quem me faço entender.

A sua escrita é tocante, lancinante, de uma sensibilidade pungente, até angustiante...mas, afinal de contas, qual vida não o é? Admiro muito essa viscerabilidade nas suas palavras, vc é muito extrema e ao mesmo tempo delicada, eu gosto muito disso em você.


Te adoro demais, morena
vc é uma pessoa singular.

Riccio disse...

my favourite disguised serial killer ever

Riccio disse...

Carolzinha, se tem uma coisa que eu AMEI no seu novo estilo de escrever foram essas citações iniciais aí.
Sabe quem gosta muito disso? Seu amado A.de Azevedo!

eu lembro de uma do Byron que ele colocou que foi a mais bonita, logo na primeira historia [Solfieri]

"yet , one kiss on your pale clay
and those lips once so warm
my heart! my heart!"
(Byron)

Você é demais e cada vez eu gosto mais do que vc escreve.
:********

Lady Desdém disse...

ow linda eh verdade... o Alvares faz muitooo isso, imagino que eu o faça por certa influência mesmo. Eu acho que da um toque especial ao texto, prepara o leitor pra o que vem a seguir ou ate mesmo lança uma ideia que o texto naum deixa tranparecer tão diretamente!!
:*********

Anônimo disse...

É interessante como me sinto inútil quando se trata de amparar um amigo. Nunca sei as palavras certas mas, no entanto, um abraço pode fazer toda a diferença. Mas essa ausência de palavras é porque me identifico com o que a pessoa sente e sei que, no momento, não há qualquer "Vai ficar tudo bem" que alivie a dor. Só mesmo alguém que lhe dê o chão para pisar dali para a frente.

"vc é muito extrema e ao mesmo tempo delicada" - disse tudo. Ótimo, ótimo. Gostei, mesmo.


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