quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Apontamentos sobre a morte

"Dear Prudence let me see you smile.
Dear Prudence like a little child.
The clouds will be a daisy chain.
So let me see you smile again.
Dear Prudence won’t you let me see you smile?"
( Beatles - Dear Prudence)



Estive sempre a pensar, se de alguma forma as pessoas sabem que vão morrer.e ainda se elas tem a oportunidade de se despedir, mesmo que inconcientemente do mundo, e se por consequencia disso tem-se um último dia, feliz ou ao menos tranquilo.
Eu comecei a pensar isso a uns 11 anos atrás, quando meu avô faleceu. Eu me lembro como se tivesse acontecido ontem, ele sentando na mesa para almoçar e dizendo que tinha tido uma noite boa, que tinha durmido bem como a muito tempo ele não dormia. Lembro-me que isso me deixou muito feliz, e que imaginei que ele pudesse estar melhorando, na minha cabeça de criança dormir bem significava algo parecido com saúde. Poucos minutos depois meu avô despidiu-se de nós! O que me fazia parar de chorar todas as noites quando ia dormir no quarto dele e sentava em sua cadeira, era lembrar que ele tinha tido uma última boa noite, não sei porque mas isso me reconfortava bastante.
Terminei hoje de ler o livro O Diário de Anne Frank, ela para de escrever no dia 1 de agosto de 1944, quando a Inglaterra já tinha tomado grande parte do territorio que era antes de poder nazista. Desde junho (1944) eles haviam ouvido várias notícias no rádio, que os deixaram bem alegres e confiantes de que provavelmente em Agosto estariam livre do "mergulho", é interessante observar que as duas últimas vezes que a Anne escreveu, ela parecia totalmente confiante da futura liberdade e a forma como falava dela de seus pais, e de seus companheiros de isolamento era como uma despedida, como uma auto-crítica final. Quase uma carta de adeus, por mais que em todo momento percebe-se a sua esperança de liberdade. E o mais interessante é como ela assina... Em todos os outros dias ela assinava como "Tua Anne" em 1 de agosto, última vez que escreveu para Kitty, (forma como chamava seu diário) ela assina como "Tua Anne M. Frank".
Então me veio novamente a cabeça aquilo que tinha pensado 11 anos atrás, não sei se todos tem essa oportunidade, mas com certeza alguns tem a chance de se despedir (mesmo que inconscientemente) e de ter um último dia feliz!


Carol Sá
31/01/08

terça-feira, 29 de janeiro de 2008


MASQUERADE




"Masquerade!Paper faces on parade ...
Masquerade!Hide your face,
so the world will never find you!”
(The Phantom of the Opera)


O carnaval passei sem fantasia.
Mas com a cara (ou seria a voz?) enfeitada.
Com o esboço de uma gargalhada.
E com reais risadas.
Uma saudadezinha, pra não desandar o tempero.
Tempo propicio para pensar.
Pensar! As vezes me canso disso.
Porque acabo me sentindo um Holden Frank*
Achando tudo chato e que sempre o "crime" recai em mim.
E ai vejo que é drama.
O mais puro drama!
Então que se dane...
Quero é ser feliz.
Por favor, tragam minha máscara!

Carol Sá
25/01/08

*Seria a fusão do personagem Holden C. (O Apanhador no Campo de Centeio) com a Anne Frank (O Diário de Anne Frank).


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Uma Suposta Carta



"Big kisses on your cheeks,girl, I hope everything goes fine to you there. Don´t drink, don´t smoke... don´t run away."


“Estava hoje relendo nossos recados, e não imagina a saudade que me deu. Tentei imaginar seu sorriso, mas não consegui! E isso me doeu muito, doeu porque eu não estava preparada para esquecer, na verdade eu acredito que nunca esquecerei. É tão fácil negar um amor, é tão fácil dizer que ele nunca aconteceu e para muitos é melhor que continue assim, sem acontecer. Mas sinceramente, eu cheguei a um ponto em que percebi que você é quem eu sempre posso contar quando me desiludo com os amores seguintes. Porque sempre foi platônico, e dessa forma nunca nos demos a oportunidade de nos decepcionar. As vezes eu penso que é melhor assim, dessa forma eu sempre te tenho quando preciso de um Forte.
A história das nossas vidas assemelhasse aos 7 anos de fome e de fartura do Egito, passamos as vezes meses nos falando quase todos os dias, de maneiras diversas. Contudo quando menos esperamos (ou quando Eu menos espero) falamos apenas esporadicamente, sem muitas perguntas e nem muitas respostas. Antigamente eu ficava preocupada, mesmo sabendo que de certa forma a “culpa” dessa distância também era minha, tinha receio que perdêssemos o contato mas um dia eu me dei conta de que isso nunca vai acontecer. Porque mesmo ficando 6 meses sem nos falarmos ou nos vermos, quando um dos dois acontecem a simpatia, o carinho e afeição continuam iguaizinhos aqueles poucos dias na praia em que minha única preocupação era não perder o ônibus para a escola.”

p.s: Espero que vocês considerem a licença poética de usar um Eu Lírico :D

Carolina Sá

domingo, 13 de janeiro de 2008

Partida




"Silencio... silencio... silencio... no hay banda. No hay orquestra. Silencio... silencio... silencio... silencio..."
(Mulholland Drive - Rita)

"Algumas vezes temos medo e não sabemos bem do quê. Já sentiste isso?" (Bonequinha de Luxo - Audrey)

Domingo


Ta sendo tão difícil
Tão difícil como nunca pareceu ser
Não conseguiria dar apenas uma razão
São vários fatores que colidem e deixam tudo
Tão difícil

Pessoas que não quero deixar
Novas pessoas, que não queria me afastar
Seres que me fazem tão bem
E partir me faz tão mal
contradições ridículas

Não tenho grandes janelas para ver o sol nascer
Nem grandes parques verdes para andar de mãos dadas
Tudo sempre me parece tão seco, mesmo quando chove
E isso torna tudo tão difícil

Queria ser imune a tais sentimentos
Como não sou
A única solução é dar: "Até Logo"
Para não me perder nas palavras

So Long, Farewell

There's a sad sort of clanging from the clock in the hall
And the bells in the steeple too
And up in the nursery an absurd little bird
Is popping out to say "cuckoo"
[Marta, Gretl, Brigitta:]
Cuckoo, cuckoo

Regretfully they tell us Cuckoo, cuckoo
But firmly they compel us Cuckoo, cuckoo
To say goodbye . . .
Cuckoo!
. . . to you

So long, farewell, auf Wiedersehen, good night
I hate to go and leave this pretty sight

So long, farewell, auf Wiedersehen, adieu
Adieu, adieu, to yieu and yieu and yieu

So long, farewell, au revoir, auf wiedersehen
I'd like to stay and taste my first champagne

So long, farewell, auf Wiedersehen, goodbye
I leave and heave a sigh and say goodbye -- Goodbye!
I'm glad to go, I cannot tell a lie
I flit, I float, I fleetly flee, I fly
The sun has gone to bed and so must I

So long, farewell, auf Wiedersehen, goodbye
Goodbye, goodbye, goodbye

domingo, 6 de janeiro de 2008

Águas


we had joy we had fun we had
seasons in the sun

(Terry Jacks – Seasons in The Sun)

Quando somos pegos de surpresa, é que percebemos como podemos ser frágeis. E quando vemos com clareza, que as coisas acontecem em frações de segundos, e a alegria se transforma em saudade. Em uma saudade eterna, uma melancolia sólida, intrínseca ao ser humano.

O choro fica preso, e mesmo sem total conhecimento a maior vontade é de correr gritando como a vida pode ser injusta! Como um caminho em branco, prontinho para receber o engatinhar de um adulto pode se desfazer como tinta na água? Ah vida! Porque você faz isso com seus telespectadores?

Me lembrei hoje de como senti o coração doer ao receber a notícia de um amigo. E por isso sou solidária. Porque momentos iguais já passei, lagrimas distintas já chorei e cantei. Cantei para tentar esqueceu que vivemos, para ficar mais próxima de quem sinto falta. Cantei para dedicar a um amigo, a um amor, para dedicar a quem precisa de música.

Apaguem as velas, andaremos juntos e de mãos dadas até onde precisarem, e quando não precisarem mais continuaremos aqui! Com o mesmo sentimento do primeiro dia. E quando vocês forem para a cama a noite, pensem no retrato em cima da estante sorrindo. Imaginem gigantes campos de margaridas e tentem, assim, dormir.


- Por não saber o que falar resolvi escrever.

Carol Sá
06/01/07

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Friday The 13 th




"Há uma altura na vida em que acabas por descobrir uma utilidade para todos os pequenos talentos inúteis." (Dakota - Planeta Terror)

Atrás da mascara esconde-se uma criança assustada.

Um menino que foi forçado a tornar-se adulto.

Por irresponsabilidade, como diria sua mãe.


Pela frente apenas escuridão, ódio e vingança.

Foi assim que tudo começou.

A inocência e a precocidade viraram, sangue!


Matar seria o caminho mais reconfortante?

Não se pode ter certeza, mas foi esse o escolhido.

E assim se seguiu.


- Pâmela seja justa!

- Estou sendo, realizando a única justiça que conheço.


E dessa forma, eu declaro o início da caçada!

C.S.E

??/??/ 1957


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